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    Efeito das características dos elementos grosseiros na erosão inter-sulcos: um contributo para a sua modelação

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    O papel da pedregosidade tem vindo a merecer, nos últimos anos, crescente interesse no quadro dos estudos sobre erosão dos solos. Se por um lado é reconhecida a influencia das características dos elementos grosseiros na perda de solo, a incorporação desse efeito na modelação dos processos erosivos em solos pedregosos é ainda incipiente. Com o objectivo de testar o efeito de várias características dos elementos grosseiros na erosão inter-sulcos, foi conduzido um ensaio experimental, à micro-escala. Os resultados do ensaio permitiram calibrar modelos explicativos da influência dessas características na perda de solo por salpico e por escoamento difuso

    Temporal changes on the effect of rock fragments in interrill soil loss: a simulation experiment and a simple descriptive model

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    Soils with rock fragments have been studied under several aspects in the last years. Research shows that a single pattern in the erosional response of these soils to rainfalls is not always found. In order to contribute to the understanding of this topic, an experiment was carried out, simulating interrill areas covered by rock fragments. This paper specifically aims at presenting and discussing temporal changes on sediment exported from such areas, also introducing a simple descriptive model to represent soil loss temporal evolution. Small bottom perforated boxes, 612 cm2 area, were filled with a silt-loam fine earth, very poor in organic matter, covered with simulated rock fragments and leaned at 10% slope gradient. The experiment comprised the exposure to 240 mm natural rainfall of 48 boxes corresponding to selected combinations, 4 replicates each, of rock fragments cover (0, 17, 30 and 66%), size (2, 4 and 10 cm), form (rectangular and circular) and position (resting on top and embedded). During the experiment boxes were kept under near saturation soil water conditions. Water and soil exported from the boxes as infiltration, runoff, wash and splash were measured after each period of precipitation. Recorded values of soil loss plotted against precipitation, both expressed in cumulative terms, follow a sigmoid curve. This pattern of response was interpreted as a result of crust formation on soil surface exposed to rainfalls, a hypothesis suggested by observations during the experiment and confirmed at its end. Parameters of this model were related with rock cover and characteristics. The effect of rock fragments on soil loss varies with time, a conclusion that must be taken into account when interpreting either results from experiments with different durations or the evolution of stoniness on eroding surfaces. Os solos pedregosos vêm sendo estudados sob diversos aspectos nos últimos anos. No que respeita à perda de solo, os resultados publicados mostram todavia a dificuldade em estabelecer um padrão único de resposta destes solos às precipitações erosivas. Com vista a aprofundar conhecimentos sobre este tópico, foi instalado um ensaio experimental, simulando superfícies com variável pedregosidade sujeitas a erosão interssulcos. Constitui objectivo deste trabalho apresentar e discutir a evolução temporal da perda de solo nessas superfícies, propondo a sua representação num modelo descritivo simples. O ensaio compreendeu a exposição a 240 mm de chuva natural de um conjunto de tabuleiros com 612 cm 2 de área e 10% de declive, contendo terra fina franco-limosa, muito pobre em matéria orgânica, coberta por elementos grosseiros simulados. Os tabuleiros mantiveram-se próximo da saturação de água. Para além do solo nu, testaram-se tratamentos com 4 repetições cada, correspondendo a combinações específicas de 3 fracções de cobertura (17, 30 e 66%), 3 dimensões (2, 4 e 10 cm), 2 formas (rectangulares e circulares) e 3 posições (pousados à superfície, semi-aflorantes e aflorantes). A infiltração e o escoamento, e as perdas de solo neste e por salpico, foram medidas ao longo do ensaio, na sequência de períodos de precipitação. A perda de solo acumulada representada em função da precipitação acumulada ao longo do ensaio segue uma curva sigmóide. Este modelo de resposta foi interpretado como resultando da formação da crosta superficial do solo exposto, hipótese sugerida pela observação no decorrer do ensaio e confirmada no final. Os parâmetros da curva sigmóide correlacionaram-se com a fracção de cobertura, tendo sido também explorada a relação com outros parâmetros descritivos da pedregosidade. A conclusão de que a relação entre perda de solo e pedregosidade é temporalmente variável, traz consequências para a interpretação quer de resultados de ensaios com diferente duração, quer da evolução temporal da pedregosidade em superfícies erodidas

    Metodologia para Determinação da Área a Partir da qual a

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    One of the aims of the Regional Forest Planning is the definition of the minimum area of the management units, which will be compelled to base their management in Forest Management Plans (PGF), elaborated according to the rules defined by the Decreto-Lei nº 205/99 of 9 of June. The use of forest management plans is already a reality in part of the forest area of Alentejo. The option for this instrument of management decision was taken by the majority of the management units where dimension and complexity converge. Some agro forest management units, where the effects of the economy of scale are present, are examples. The non generalization of this type of instrument to support management is essentially due to the fact that the gains attained are null or even negative when the management units are in a lower baseline of dimension and complexity. In order to define, in an adequate way, the minimum area above which is profitable to a management unit to adopt a management procedure based on a forest management plan an analysis, based on the agricultural e enterprise level of income, was carried out

    Desenvolvimento de metodologias para a identificação de áreas passíveis de florestação

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    A identificação das áreas passíveis de florestação passa pela análise não só das áreas disponíveis, mas também pela adequação das espécies, em função das suas características ecológico-culturais, às estações, em função das suas características edafo-climáticas e das produções que se pretendem obter. A quantificação da expansão da área florestal foi realizada em duas fases; na primeira procedeu se à identificação e selecção das áreas a arborizar e na segunda à selecção das espécies. Na primeira fase as áreas passíveis de florestação foram identificadas em função das características dos solos, não se considerando para florestação as zonas de declive superior a 35%, de afloramentos rochosos e de característica-diagnóstico drenagem externa, ou seja que potência a acumulação de água à superfície do solo. Na segunda fase procedeu-se à selecção das espécies em função da sua aptidão. A aplicação desta metodologia permite, à escala do ordenamento florestal, dar uma primeira aproximação à composição das áreas passíveis de florestação

    Alterações de composição e estrutura dos povoamentos florestais

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    A consciencialização, em muitos países, da crescente importância do papel das florestas, fez com que se olhassem os diferentes tipos de formações, não só na óptica da produção de madeira ou casca, mas também do ponto de vista ambiental, ecológico, estético, de recreio, social e cultural. É neste contexto que foram sendo introduzidas alterações na gestão dos povoamentos de modo a implementar modelos de silvicultura, que promovessem as estruturas irregulares e mistas, que são mais consentâneas com a multiplicidade de produções que se pretendem obter nos povoamentos florestais. Os modelos de silvicultura, inicialmente desenvolvidos para povoamentos puros regulares, podem ser adaptados a esta realidade. Neste trabalho apresentam-se os modelos gerais de silvicultura, à escala do planeamento regional, que promovem a alteração da estrutura e composição dos povoamentos. Há no entanto que considerar, que para determinadas estações e para determinadas produções, os povoamentos puros serão mais indicados

    Definição de zonas de aptidão para espécies florestais com base em características edafo-climáticas

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    As características ecológico-culturais das espécies florestais dão indicações acerca da sua adaptabilidade às diferentes condições edafo-climáticas. Na silvicultura clássica a aptidão é definida pela classe de qualidade, o que pressupõe a existência de povoamentos florestais. A metodologia apresentada neste artigo tem como objectivo a delimitação de áreas de aptidão, para diferentes espécies, em função das suas características ecológico-culturais e das características edafo climáticas da área, podendo pois ser utilizada independentemente da presença de formações florestais. A definição de áreas homogéneas de aptidão potencial permite uma caracterização e avaliação detalhadas em termos de aptidão biofísica, contribuindo decisivamente para o processo de tomada de decisão. Por outro lado, os processos de análise espacial implementados constituem um contributo inovador numa perspectiva de avaliação biofísica de cenários de aptidão florestal e de operacionalização efectiva de um vasto conjunto de informação com um elevado nível de detalhe geográfico. Neste trabalho foram calculadas as áreas de aptidão potencial para as cinco espécies mais representativas, em termos de área para o Alto Alentejo, nomeadamente o sobreiro, a azinheira, o pinheiro manso, o pinheiro bravo e o eucalipto

    Avaliação da sustentabilidade dos sistemas florestais em função da erosão

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    A sustentabilidade de um sistema depende em primeira análise da sua capacidade de não ultrapassar a resiliência de qualquer dos elementos que o compõem. Assim, o risco de erosão, a susceptibilidade e a tolerância à perda de solo aferem a sua resiliência aos factores externos, sendo uma medida da manutenção do potencial produtivo do sistema. Com base na Equação Universal de Perda de Solo foi desenvolvido um modelo de risco de erosão, que posteriormente foi implementado tendo em conta a tolerância à perda de solo, de acordo com a metodologia da FAO, que considera a profundidade do solo e as características do material originário, integrando a informação ao nível de um sistema de informação geográfica. Este trabalho deu origem ao desenvolvimento de uma metodologia de aferição da sustentabilidade do sistema florestal em função das características do solo e do coberto florestal. Assim, foi possível avaliar a manutenção do potencial produtivo dos sistemas florestais

    Desenvolvimento de uma abordagem para a definição de funcionalidades a privilegiar por zona homogénea

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    No âmbito dos planos regionais de ordenamento florestal foram identificadas zonas homogéneas, com base nas unidades de paisagem definidas por ABREU et al. (2004), tendo a sua homogeneidade sido confirmada em função das zonas ecológicas de ALBUQUERQUE (1954), da altimetria e forma de relevo, da litologia e das características diagnóstico do solo. Em cada uma destas zonas foram hierarquizadas cinco funcionalidades atribuídas aos espaços florestais; produção, silvopastorícia e caça, protecção, conservação e recreio. A metodologia de hierarquização das funcionalidades por zona homogénea teve como base um algoritmo, de base estatística, que toma como parâmetros, para cada zona homogénea, a área ocupada, a média e o desvio padrão do valor de cada funcionalidade e o produto da média pela área. As diferentes funcionalidades coexistem no mesmo território revelando complementaridade, contribuindo assim, para a sustentabilidade dos sistemas de multi-benefício, onde preponderam espécies mediterrânicas

    Definição de modelos de silvicultura à escala dos planos de ordenamento florestal

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    O modelo geral de silvicultura tem como fim consubstanciar os objectivos de produção a partir da definição de um conjunto de técnicas a adoptar na gestão dos povoamentos florestais. Os modelos de silvicultura foram inicialmente desenvolvidos à escala do povoamento, tendo-se posteriormente desenvolvido métodos e técnicas para a gestão florestal à escala da unidade de gestão. O desenvolvimento de modelos gerais de silvicultura à escala do planeamento regional traz novos desafios, dado que tem que haver uma maior abstracção em relação à sequência das diversas operações de gestão. Por outro lado, os modelos de silvicultura foram inicialmente desenvolvidos para povoamentos puros regulares, aparecendo mais tarde os modelos para os povoamentos irregulares e mistos. Há ainda a acrescentar que a tendência actual dos sistemas florestais é de uma gestão multifuncional, havendo por isso que introduzir as questões relacionadas com as várias produções presentes no sistema e que seja flexível de modo a acompanhar não só o desenvolvimento dos indivíduos que os compõem como acompanhar as flutuações de mercado

    Erosão Hídrica Estrutural – EHE: Descrição de processos de modelação geográfica

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    Sendo o fenómeno de erosão hídrica do solo resultante de variados factores em contextos de complexidade, decorrente da sua natureza inter-relacionada, considera-se pertinente uma aproximação visando a definição de uma metodologia simples e eficaz, facilmente aplicável ao ordenamento do território. Podendo a força gravítica, ou melhor dizendo, o trabalho da força gravítica ser considerado o factor primordial em processos de erosão decorrentes do escoamento superficial, a metodologia desenvolvida integrou primeiramente esta dimensão. Considera-se o estudo dos processos erosivos numa perspectiva global ou de contexto, integrando nos procedimentos metodológicos não a erosão específica local decorrente da inclinação do terreno em cada local ou célula, mas a erosão potencial global cumulativa, em que a erosão em cada célula é influenciada por um conjunto de células e influencia outro conjunto de células. Outros modelos de previsão de perda de solo recorrem a este princípio, como o WEPP, Water Erosion Prediction Project (Flanagan, D. C., ed, 1994), e têm demonstrado bastante aderência à realidade, de acordo com os trabalhos desenvolvidos com base nos dados da Estação Experimental de Erosão de Vale Formoso (Tomás, 1997), sendo limitados pela quantidade de informação de base necessária à sua utilização. Em 2001 foi adaptado ao modelo WEPP a metodologia MIR (Minimum Information Requirement) que se baseia fundamentalmente em informação topográfica, de solo e de ocupação do solo associada a um simulador, usando um conjunto mínimo de informação para estimar a perda de solo (Brazier, 2001). A abordagem agora desenvolvida distingue-se de abordagens mais usualmente aplicadas no nosso país, que assentam na integração de classes de declive com classes de avaliação de erodibilidade do solo definidas pericialmente e de acordo com valores de referência provenientes de diversos autores. Tendo em conta estas considerações desenvolveu-se um modelo de cálculo do índice topográfico de Erosão Hídrica Estrutural (EHE) que constitui uma métrica da acção do relevo no processo de erosão hídrica integrando diversas variáveis topográficas segundo os princípios da mecânica clássica, adaptados às características do ambiente (software) de modelação
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